sexta-feira, 12 de julho de 2024

Aproveite as férias para colocar as leituras em dia

 Além de prazeroso, ser um professor leitor é fundamental para incentivar o hábito entre os alunos; confira dicas

PorAna Cláudia Santos

04/01/2023


Depois de longos dias letivos, relatórios, planos de aula, provas e tantas outras tarefas típicas de uma escola, as férias chegaram, trazendo a oportunidade do descanso merecido e de um olhar atento para nossa saúde mental.

Mas o que fazer com o tempo livre? O que motiva seu desejo de se entregar a uma atividade lúdica ou a uma situação afetiva e, a partir daí, criar, transformar e ressignificar ações do cotidiano sem a preocupação cronológica?

Ócio é um tempo para si, para criar as próprias ideias, ampliar a capacidade de percepção e compreensão da vida e cultivar a paciência e a atenção. Uma pausa para sermos quem desejamos ser.

Em seu livro O ócio criativo, o sociólogo italiano Domenico de Masi tece importantes considerações sobre diversos aspectos da vida, e a ideia de ócio está relacionada ao tempo, ao prazer e ao silêncio.

Para o autor, “a sociedade pós-industrial oferece uma nova liberdade: depois do corpo, liberta a alma”. A obra de Masi é um convite para repensar como temos preenchido tempos e espaços vazios em nossa vida. Estimada professora, caro professor, trabalho, prazer e estudo estão sendo traduzidos em felicidade em seu cotidiano?

Neste período de pausa, pegue um livro de crônicas ou contos para ler. Além de uma atividade prazerosa, é uma maneira de nos transformarmos em professores leitores, algo fundamental para despertar esse hábito em nossos alunos. Eu até já falei sobre isso na coluna Língua Portuguesa: a importância de ser um professor leitor.

Assim, que tal abrir as páginas de Nu de botas, de Antonio Prata? São memórias da infância de quem viveu na década de 1980; melhor dizendo, são memórias atemporais. Quem não conheceu o palhaço Bozo, completou o álbum de figurinhas da Copa de 1982 ou esperou pela passagem do cometa Halley certamente não se lembrará dos cenários e personagens, mas se reconhecerá em situações que reconstroem a emoção e o sentimento que não se desfazem com o tempo.

Nas páginas de Um brasileiro em Berlim, de João Ubaldo Ribeiro, é possível encontrar formas de desanuviar. São narrativas bem humoradas sobre a temporada do baiano na Alemanha, registros das estranhezas de ser brasileiro em um país tão diferente do nosso.

Prosa e poesia se encontram nos registros de Paulo Mendes Campos. No livro O amor acaba, basta que o lirismo tenha olhos para despertar o lugar comum, andar despretensiosamente pelas manhãs de domingo e relembrar diálogos que tiveram força e vida. 

Outros tipos de leitura para as férias

Permita-se a uma leitura para além das palavras. Deixe que o ócio desperte a imaginação. Conheça ou reconheça a cena da vida representada pelas lentes do mestre da fotografia Sebastião Salgado. Para o fotógrafo mineiro, “Você não fotografa com a sua máquina. Você fotografa com toda sua cultura”.

Salgado revela em seu livro Perfume de sonho – uma viagem ao mundo do café a forma como o labor humano, com esforço anônimo, leva à mesa o sabor e a fragrância do café. A obra é resultado de dez anos de paciência, atenção e trabalho realizado em dez países.

Já nos cliques do paulistano Cássio Vasconcellos, encontramos em Brasil visto do céu um paradoxo entre a natureza e a intervenção do homem. Vasconcellos acende os holofotes sobre a maneira como temos ocupado os espaços naturais e como eles nos respondem.

Séries inspiradas na literatura

Agora, se você é do tipo que prefere as obras clássicas, mas não quer perder a inventividade das telonas, a família Holmes não pode faltar em sua lista. Enola Holmes: O caso do marquês desaparecido, de Nancy Springer, está entre as favoritas nos streamings e também nas livrarias.

É sempre instigante acompanhar o raciocínio lógico por trás dos enigmáticos mistérios das aventuras escritas por Arthur Conan Doyle sobre o astuto Sherlock Holmes como em Um estudo em vermelho e O vale do medo.

O tempo, as vivências, a leitura literal e a de mundo confirmam as proposições de Domenico de Masi. O fenômeno da tecnologia e sua potência inovaram e aceleraram as formas de aprender, ensinar, viver e conviver. Mas as atividades humanas que estimulam o intelecto estão associadas à criatividade e à invenção.

É o próprio Masi que relaciona suas ideias ao argumento de um dos maiores sociólogos brasileiros, Gilberto Freyre: “Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro, nem nas ideias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto”.

Por fim, mas não menos relevante, deixo uma sugestão de poema, pois sabemos bem que versos não são fórmulas prontas, são palavras que ganham formas subjetivas que tocam a alma e o coração. E é o próprio Drummond que reforça a ideia de que a inovação está dentro de cada um de nós:

Para ganhar um Ano Novo/ que mereça este nome,/ você, meu caro, tem de merecê-lo,/ tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,/ mas tente, experimente, consciente./ É dentro de você que o Ano Novo/ cochila e espera desde sempre.

Meu fraterno abraço e o desejo de um despertar para o ócio!

Ana Cláudia Santos é professora de Língua Portuguesa na Educação Básica da rede estadual de ensino há 20 anos e mestranda em Educação Profissional e Tecnológica. Foi vencedora do Prêmio Educador Nota 10, promovido pela Fundação Victor Civita, nas edições de 2014 e 2018, com os trabalhos O Povo Conta e O (Ser)tão de Cada Um. Recebeu a medalha Ordem do Mérito Educacional (MEC) – Grau de Cavaleiro e o troféu Capitão-Médico João Guimarães Rosa, da Academia de Letras da PMMG.

fonte: https://novaescola.org.br

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Psicogênese da língua escrita: O que é?

 2ª parte

         Para aprender a escrever, é fundamental que o aluno tenha muitas oportunidades de fazê-lo, mesmo antes de saber grafar corretamente as palavras: quanto mais fizer isso, mais aprenderá sobre o funcionamento da escrita. 

         A oportunidade de escrever quando ainda não se sabe permite que a criança confronte hipóteses sobre a escrita e pense em como ela se organiza, o que representa, para que serve. Mesmo quando as crianças ainda não sabem escrever convencionalmente, elas já apresentam hipóteses sobre como fazê-lo. 

         Aqui no Brasil, a teoria do conhecimento empirista dominou (e em muitas situações ainda continua dominando, já que pesquisas têm evidenciado que muitos professores alfabetizadores ainda trabalham com as mesmas cartilhas que usavam antes das versões mais “modernizadas” surgidas com o advento do PNLD1 ) tudo o que se fez em alfabetização até a publicação do livro Psicogênese da língua escrita (FERREIRO e TEBEROSKY, 1979). A teoria empirista considera que os alunos chegam à escola todos iguais e completamente ignorantes, no que se refere à escrita, e que bastaria ensinar quais letras correspondem a quais segmentos sonoros para que eles compreendessem o modo de funcionamento do sistema alfabético.

         Contrariando os fundamentos empiristas dos “métodos de alfabetização”, que viam o aprendizado da leitura e da escrita como um processo de associação entre grafemas e fonemas, no qual a criança evoluiria por receber e “fixar” informações transmitidas pelos adultos, Ferreiro e Teberosky (op.cit.) demonstraram que as crianças formulam uma série de ideias próprias sobre a escrita alfabética, enquanto aprendem a ler e a escrever. Considerando que a escrita não é um código, mas um sistema notacional, as autoras observaram que o aprendiz, no processo de apropriação do sistema de escrita alfabética, formula respostas para duas questões básicas: I) o que a escrita nota (significado das palavras? O significante?); II) como a escrita alfabética cria notações? (Utilizando símbolos quaisquer ou convencionados? Empregando símbolos para representar sons das palavras? Ao nível da sílaba ou do fonema? etc.)

         Segundo Teberosky e Colomer (2003), os diversos trabalhos resultantes daquela linha teórica evidenciaram que: • As crianças, antes de poderem ler e escrever sozinhas e convencionalmente, formulam uma série de ideias próprias ou hipóteses, atribuindo aos símbolos da escrita alfabética significados bastante distintos dos que lhes transmitem os adultos que as alfabetizam; • As hipóteses elaboradas pela criança seguem uma ordem de evolução em que, a princípio, não se estabelece uma relação entre as formas gráficas da escrita e os significantes das palavras (hipótese pré-silábica). Em seguida a criança constrói hipóteses de fonetização da escrita, inicialmente, relacionando os símbolos gráficos às sílabas orais das palavras (hipótese silábica) e finalmente compreende que as letras representam unidades menores que as sílabas: os fonemas da língua (hipótese alfabética). Entre esses dois momentos, haveria um período de transição (hipótese silábico-alfabética). 

          Esse processo de evolução conceitual se dá entre crianças de diferentes classes sociais, e a possibilidade de vivenciá-lo ou o ritmo em que ocorre estariam provavelmente relacionados ao maior/menor contato que os aprendizes têm com a língua escrita na escola e em seu meio e à possibilidade de vivenciarem situações em que essa é empregada socialmente. 

          Para saber o que pensa o aprendiz sobre o sistema de escrita, é preciso solicitar que ele escreva palavras, frases ou textos que não lhe foram ensinados previamente e pedir que ele os leia logo depois de grafá-los. Pesquisas transversais e longitudinais (FERREIRO, 1988; GÓMEZ PALÁCIO, 1982) mostram que essas produções escritas têm evolução perfeitamente previsível e que, para a maioria dos autores e pesquisadores, se organizam em quatro hipóteses ou níveis. Descreveremos cada um desses níveis, buscando partir da etapa mais inicial das hipóteses de escrita (nível pré-silábico) até a mais avançada (nível alfabético), quando os alunos já conseguem compreender os princípios que baseiam a escrita alfabética. Buscaremos, em cada nível, abordar: (1) as hipóteses que os alunos já construíram; (2) os conhecimentos que ainda precisam ser construídos; (3) como o professor, de posse dos dados apontados por seus alunos, pode intervir, organizando seu planejamento e lançando desafios para que o aluno passe para outro nível; (4) sugestões de atividades adequadas às hipóteses de escrita apontadas pelos alunos. 

          Para tal análise, baseamo-nos em um conjunto de diagnósticos de escrita colhidos entre crianças com idades que variam entre 5 e 6 anos. Solicitamos que as crianças escrevessem determinadas palavras (boi, formiga, gato, cavalo, elefante, sapo, perereca e rã, e alguns alunos escreveram essas nove palavras e mais a palavra banana) e que as lessem, apontando com seus dedinhos cada um dos pedaços lido. Tais palavras foram escolhidas em função de alguns critérios: a) todas faziam parte do mesmo campo semântico (animais); b) as duas primeiras (boi e formiga) possibilitariam que pudéssemos perceber como os alunos haviam avançado no que se refere ao realismo nominal; c) algumas palavras (como gato e sapo) poderiam estar estabilizadas, mas também possuíam o mesmo conjunto de vogais e isso serviria para observarmos como as crianças, nos níveis silábico e silábico-alfabético, estavam grafando-as; d) selecionamos palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas para analisarmos como os alunos grafavam palavras com sílabas diferentes e, por fim, e) solicitamos que apenas o silábico-qualitativo grafasse banana para analisarmos como ele estava representando as sílabas que possuem letras repetidas. Para facilitar a compreensão, optamos por primeiro apresentar a hipótese que o aprendiz possui em cada um dos níveis e só, posteriormente, discutiremos os protocolos de escrita, já que assim acreditamos que o leitor terá mais subsídios para analisar e compreender as escritas infantis.

REFERÊNCIAS 

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1979. 

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1988.

GOMEZ PALACIO, M. et al. Propuesta para el aprendizage de la lengua escrita.México, División General de Edicación Especial de la Secretaría de Educacion Pública, 1982. 

LEAL, T. F. A aprendizagem dos princípios básicos do sistema alfabético: por que é importante sistematizar o ensino? In: Albuquerque, E. B. C.; Leal, T. F. A alfabetização de jovens e adultos em uma perspectiva do letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. México, División General de Edicación Especial de la Secretaría de Educacion Pública, 1982. 

TEBEROSKY, A.; COLOMER, T. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Psicogênese da língua escrita: O que é?

 1ª parte

        O que geralmente acontecia quando as crianças entravam para a escola? Nas séries iniciais, elas eram submetidas a inúmeras atividades de preparação para a escrita, principalmente cópia ou ditado de palavras que já foram memorizadas. Primeiro elas copiavam sílabas, depois palavras e frases e só mais tarde eram solicitadas a produzir escritas de forma autônoma. Atividades como essas só aconteciam (e ainda acontecem!) na escola, porque no dia-a-dia as pessoas aprendem de outro modo: fazendo, errando, tentando novamente até acertar. 

        A concepção tradicional de alfabetização priorizava o domínio da técnica de escrever, não importando propriamente o conteúdo. Era comum as crianças terem de copiar escritos que não faziam para elas o menor sentido: “O boi bebe”, “Ivo viu a uva” e tantas outras sem sentido, mas sempre presente em cartilhas e nos textos artificializados criados com o único objetivo de “ensinar a ler e escrever”, pois se acreditava que se aprendia a ler e a escrever memorizando sons, sílabas e letras. Tudo que era produzido pelos alunos precisava ser controlado: os aprendizes não eram autorizados a produzir livremente e, para escrever qualquer palavra, era preciso que primeiro as crianças conhecessem as letras e famílias silábicas necessárias para escrevê-las. 

       Era muito comum as crianças afirmarem coisas como: “Não posso ler (ou escrever) esta palavra porque minha professora ainda não ensinou esta letra”. Além disso, escritas espontâneas não eram permitidas, uma vez que as crianças deveriam escrever exclusivamente para acertar, sem nenhuma intenção de refletir sobre a escrita. Toda a produção deveria ser constantemente corrigida.

       Os aprendizes não se lançarão ao desafio de escrever se houver a expectativa de que produzam textos escritos de forma totalmente convencional, exatamente porque no início da alfabetização isso ainda não é possível.

        Ferreiro e Teberosky (1979) apontam que, tradicionalmente, o problema da alfabetização tem sido exposto como uma questão de método, e a preocupação seria a de buscar o “melhor e mais eficaz método para ensinar a ler e escrever”. Como discutido no capítulo anterior, convivemos durante várias décadas (e talvez ainda hoje no espaço de muitas escolas) com três tipos fundamentais de métodos: os sintéticos (que centravam a intervenção didática no ensino das partes menores para depois partir para as unidades maiores), os analíticos (que centravam o ensino na memorização de unidades maiores para depois chegar às unidades menores) e os analítico sintéticos (que conduziam atividades de análise e síntese das unidades maiores e menores no mesmo período letivo). Embora houvesse divergência entre os três, ambos percebiam a aprendizagem do sistema de escrita alfabética como uma questão mecânica, a aquisição de uma técnica para a realização do deciframento. A escrita era concebida como uma transcrição gráfica da linguagem oral (codificação), e a leitura, como uma associação de respostas sonoras a estímulos gráficos, uma transformação do escrito em som (decodificação). Essas práticas de ensino da língua escrita pressupunham uma relação quase que direta com o oral; as progressões clássicas, começando pelas vogais, depois combinações com consoantes, até chegar à formação das primeiras palavras por duplicação dessas sílabas, “era” o que podemos chamar de processo ideal para se alfabetizar.

        As autoras supracitadas também apontam que, nas décadas de 1960/1970, surgiram mudanças significativas no que concernia à maneira de compreender os processos de aquisição/construção do conhecimento e da linguagem na criança. Foi nessa época que se passou a considerar que a escrita era uma maneira particular de “notar” a linguagem e que o sujeito em processo de alfabetização já possuía considerável conhecimento de sua língua materna. Até então, a alfabetização muito pouco tinha a ver com as experiências de vida e de linguagem das crianças, estando essencialmente baseada na repetição, memorização e era tida apenas como objeto de conhecimento na escola.

       Para aprender a escrever, é fundamental que o aluno tenha muitas oportunidades de fazê-lo, mesmo antes de saber grafar corretamente as palavras: quanto mais fizer isso, mais aprenderá sobre o funcionamento da escrita. A oportunidade de escrever quando ainda não se sabe permite que a criança confronte hipóteses sobre a escrita e pense em como ela se organiza, o que representa, para que serve. Mesmo quando as crianças ainda não sabem escrever convencionalmente, elas já apresentam hipóteses sobre como fazê-lo

REFERÊNCIAS 

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1979. 

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1988.

GOMEZ PALACIO, M. et al. Propuesta para el aprendizage de la lengua escrita.México, División General de Edicación Especial de la Secretaría de Educacion Pública, 1982. 

LEAL, T. F. A aprendizagem dos princípios básicos do sistema alfabético: por que é importante sistematizar o ensino? In: Albuquerque, E. B. C.; Leal, T. F. A alfabetização de jovens e adultos em uma perspectiva do letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. México, División General de Edicación Especial de la Secretaría de Educacion Pública, 1982. 

TEBEROSKY, A.; COLOMER, T. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Um olhar filosófico sobre as decisões humanas

A arte de fazer boas escolhas é a virtude do discernimento. É importante sempre separar o cerne das coisas, avaliando o que é adequado e o que não é, e essa reflexão pode ser estimulada a partir de um olhar inteligente e ampliado.

Etimologicamente, a palavra "inteligência" originou-se a partir do latim intelligentia, em que o prefixo inter significa "entre" e legere, "escolha". Logo, o significado original deste termo faz referência à capacidade de escolha de um indivíduo entre as várias opções que lhe são apresentadas.

A maior de todas as inteligências é escolher, dentre todas as opções que o mundo oferece, o que é próprio do ser humano: sua identidade.

Uma pessoa que não está habituada a aprofundar suas reflexões, tornando-as conscientes, não tem ferramentas para fazer escolhas bem feitas.

As pessoas acostumaram-se a colocar na conta do tempo algumas decisões que só cabem a elas, e o tempo não resolve as coisas; ele vai arrastando as decisões. É preciso ter cuidado com o comodismo; escolher é uma necessidade, e ninguém deve ser privado disso.

A pressa do dia a dia permite que a superficialidade avance, impedindo as pessoas de desenvolver a inteligência, privando-as de saber fazer boas escolhas. Por isso a prudência torna-se fundamental. É preciso parar, pensar e agir, tendo tempo suficiente para refletir e perguntar-se “aonde eu quero chegar com tudo isso? Que ser humano eu quero ser?”.

Ter um ideal claro fornece à vida orientação e propósito. Serve como um ponto de referência, ajudando a saber para onde ir, por que e o que fazer. Um ideal inspirador pode ser uma fonte poderosa de motivação. Quando se tem um objetivo elevado tem-se mais disposição para superar desafios e persistir na busca desse objetivo.

É muito difícil fazer escolhas autênticas se a autenticidade não está presente na vida das pessoas. Quando sabemos quem somos, sabemos o que viemos fazer aqui, e ter clareza dessa missão é o que traz realização ao ser humano, o que o faz agir com lucidez.

Inspirados por princípios humanistas e éticos é possível tomar boas decisões, proporcionando uma vida mais significativa e contribuindo para uma sociedade mais justa e responsável. A filosofia pode ser uma ferramenta poderosa para o crescimento pessoal e a autotransformação. Ela encoraja as pessoas a aplicar esse aprendizado em suas vidas cotidianas, a partir de princípios e valores universais, como a bondade, a beleza e a justiça.

Escrito por Lúcia Helena Galvão 

Lúcia Helena Galvão é filósofa, escritora, palestrante e voluntária há 35 anos da Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil.


fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colaboradores

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Impacto da inteligência artificial na escola

 A inteligência artificial (IA) pode ter um impacto significativo na escola, trazendo várias mudanças positivas. Aqui estão alguns exemplos de como a IA pode impactar a educação escolar:

1. Personalização do ensino: A IA permite que os sistemas educacionais se adaptem às necessidades de cada aluno individualmente. Ao analisar dados, a IA pode identificar as dificuldades de um aluno e fornecer recomendações personalizadas para melhorar seu desempenho. Isso torna o processo de ensino mais eficaz e engajador.
2. Suporte ao aprendizado: A IA pode fornecer tutoria virtual, ajudando os alunos a receberem suporte e orientação durante o aprendizado. Os chatbots educacionais podem responder a perguntas dos alunos, fornecer explicações adicionais e oferecer assistência personalizada, mesmo fora do horário de aula. Isso ajuda a fortalecer o aprendizado independente e aumenta a disponibilidade de recursos educacionais.
3. Avaliação do desempenho: Com a IA, as escolas podem automatizar a avaliação do desempenho do aluno. Algoritmos de IA podem analisar e interpretar dados de exames e tarefas, ajudando os professores a identificar as áreas em que os alunos precisam de mais apoio. Isso permite que os professores adaptem suas estratégias de ensino e ofereçam intervenções direcionadas.
4. Automatização de tarefas administrativas: A IA pode ser utilizada para automatizar tarefas administrativas tediosas, como organização de documentos, gerenciamento de notas e registros de presença. Isso libera tempo para os educadores se concentrarem em atividades pedagógicas mais significativas, como planejamento de aulas e interação com os alunos.
5. Acesso a recursos educacionais: A IA pode ajudar a disponibilizar recursos educacionais online e de alta qualidade para estudantes em todo o mundo. Plataformas de aprendizado baseadas em IA podem fornecer acesso a materiais e cursos relevantes, independentemente da localização geográfica dos alunos. Isso pode ajudar a promover a igualdade de oportunidades educacionais.
    No entanto, também é importante considerar os desafios e impactos negativos da implementação da IA na escola. Questões como privacidade de dados, desigualdade digital e desvalorização do papel dos professores precisam ser abordadas de forma adequada.
    Em conclusão, a IA pode ter um impacto transformador na escola, melhorando a personalização do ensino, fornecendo suporte ao aprendizado, automatizando tarefas administrativas e ampliando o acesso a recursos educacionais. No entanto, é importante manter um equilíbrio entre a tecnologia e a participação humana para garantir uma educação de qualidade e abordar quaisquer desafios associados à implementação da IA na escola

quinta-feira, 13 de junho de 2024

7 Sintomas Comuns De TDAH Em Adultos

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) pode se manifestar de diferentes maneiras em adultos. 
Conheça 7 sintomas comuns:
 1. Procrastinação Dificuldade em iniciar e completar tarefas, frequentemente adiando atividades importantes e tendo problemas para manter a concentração. 2. Instabilidade Profissional Desafios em manter empregos estáveis, resultando em uma maior taxa de desemprego devido à desorganização e impulsividade. 3. Dificuldades nos Relacionamentos Problemas em manter relações pessoais e profissionais, com um maior índice de divórcios e separações devido à impulsividade e desatenção.
4. Esquecimentos Frequentes esquecimentos, perdas de objetos, falta de atenção a datas importantes e compromissos. 5. Alterações de Humor Mudanças rápidas e intensas no humor, além de dificuldade em esperar a vez de falar e tolerar situações monótonas. 6. Ansiedade Sentir-se ansioso com tarefas não estimulantes, ter problemas para planejar e executar atividades de forma organizada. 7. Desatenção Cometer erros por descuido em tarefas diárias e simples, falta de atenção a detalhes importantes. 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

O papel cognitivo da letra cursiva

 

De acordo com os estudos realizados pela professora de Psicologia Educacional, da Universidade de Washington, Virginia Beringer, praticar a escrita manual, formando letras, estimula a mente e auxilia as pessoas a prestarem atenção à linguagem. Beringer também pontua que “a caligrafia e a sequência dos traços envolvem a parte pensante do cérebro”, algo que pode ajudar a exercitar o raciocínio a longo prazo.

A professora explica ainda que os estudos iniciados com escrita manual têm o objetivo de formar as crianças como escritoras híbridas. Ou seja, o processo já conhecido de utilizar a letra de forma como exercício mecânico e de leitura como incentivo de reconhecimento das letras na educação infantil, além da fase seguinte do uso da letra cursiva para escrita e estruturação de texto. Tudo isso colabora diretamente com o maior entendimento da digitação ao adentrarem no ensino fundamental. 

Em entrevista ao UOL, a educadora Maria Helena de Moura Neves, professora de pós-graduação em letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie afirma em defesa da letra cursiva: “Quando você se põe a escrever, você não se põe a escrever pensando nas letras, você se põe a escrever pensando no sentido que você vai dar. Seus elementos são símbolos, são signos, são coisas mais compactas, com valor em si, e não fragmentos de sinais”, diz.

Como um complemento ao pensamento da professora Virginia Beringer, Maria Helena endossa a importância da letra cursiva ser apresentada às crianças, independentemente de usarem ou não após seu domínio. “Não digo que as pessoas não possam escrever à mão com letra de forma, ou digitar, mas não pode ser subtraído dela a oportunidade de ser apresentada a esse tipo de escrita”, disse ao UOL.

Um estudo publicado na Revista Nature, intitulado “Comunicação cérebro-texto de alto desempenho via escrita à mão” (“Hight performance brain to text communication via handwriting”) discorreu sobre o impacto do aprendizado de caligrafia no cérebro e sua importância cognitiva atemporal, por ser uma habilidade essencial a ser desenvolvida, ainda que o mundo esteja em um período de avanço tecnológico.

Portanto, de acordo com o estudo, o método da escrita em letra cursiva traz diversos benefícios. Dentre eles, está o exercício da continuidade de pensamento por meio dos traços uniformes ligados; a vantagem de fixar aprendizados ortográficos e a composição de palavras, frases e textos — fatores que auxiliam diretamente na concentração, na memorização e no foco —; e o auxílio na elaboração de textos mais coesos, algo que é indispensável.

O futuro da letra cursiva

É compreensível que esse questionamento venha à tona, ainda mais pelo contexto socioeducacional em que o mundo se encontra. Existe uma necessidade de repensar um método utilizado majoritariamente como exercício mecânico, ou seja, utilizado apenas para realizar cópias sem contexto ou reflexão alguma.

Ainda assim, de acordo com os estudos acadêmicos, é inegável sua importância cognitiva no desenvolvimento das crianças em âmbito escolar. Então, uma solução a ser trabalhada seria flexibilizar essa atividade com base na necessidade enfrentada — analisando caso a caso, e, principalmente, a demanda de cada aluno, sem esquecer que cada um tem uma forma aprendizagem particular e alguns precisam mais de métodos manuais que outros.

fonte: https://www.showmetech.com.br/uso-da-letra-cursiva-esta-com-dias-contados



quinta-feira, 25 de novembro de 2021

UMA DÉCADA DO PROEJA: SUA GÊNESE, BALANÇO E PERSPECTIVAS.

Palavras Chave: Proeja, Política, Política Pública, Educação de Jovens e Adultos, Institutos Federais, formação dos trabalhadores.

A DECADE OF PROEJA: ITS GENESIS, STOCKTAKING AD PERSPECTIVES

KEYWORDS:  Proeja, Public Policy, Federal Institutions, Youth and Adult Education, Workers professional Development.

OLIVEIRA, Edna Castro; SCOPEL, Edna Graça. Uma década do PROEJA: Sua gênese, balanço e perspectivas. HOLOS. {S.I}, v.6, out. 2016, p. 120-144. ISNN 1807-1600.

 

O presente artigo traz sobre o ponto de vista da Professora Edna Castro, uma análise do PROEJA, após uma década de sua implantação através do Decreto nº 5.154 de 2004. O referido artigo aponta para aspectos relevantes, desde o inicio do Proeja, bem como o balanço e as suas perspectivas do caminho percorrido até aqui. A autora usa de fontes fidedignas para explicitar suas teorias, baseando-se em teóricos renomados, entre eles: FREIRE, MÉSZÁROS e MARX.  Vale ressaltar que a professora Edna Castro para endossar ainda mais suas teorias, também se vale de critérios técnicos. Isso graças a sua vasta experiência na educação de jovens e adultos, que fica evidente através de sua fala no Vídeo: “Uma década do Decreto nº 5.154/2004 e do PROEJA balanço e perspectivas”, numa entrevista dada ao programa Educação em Pauta IFRN, publicado em 14 de setembro de 2015.   

Tanto o artigo como o vídeo trazem informações importantes no que diz respeito às politicas educacionais que integram a EJA com a educação profissional. Percebe-se claramente o engajamento da professora Edna Castro, que relata os pros e contras que o PROEJA encontrou ao longo de seus 10 anos de implantação.  É o que vemos através da seguinte fala:

     É então com o olhar atento a essas questões que nos interpelam, que abordamos o tema. Com base numa análise bibliográfica e documental exploramos as implicações do Decreto nº 5.154/2004 na formulação do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), e as relações que ambos estabelecem com o contexto de sua promulgação, como integrantes das políticas da década de 1990, compreendidas em “sua complexidade e caracterizadas por elementos instáveis e contraditórios” (REZENDE; BAPTISTA, 2011, p. 174), bem como por suas ambiguidades e a aposta na proposição da integração da formação geral e técnica.

Sem muitos pormenores a autora é enfatica ao abordar o tema em questão, pois se baseia numa análise bibliográfica e documental. A proposta que o PROEJA trouxe para a EJA integrada a educação profissional, apesar de suas complexidades e ambiguidades, propiciou uma integração cada vez maior à formação técnica e geral.  Outro ponto que merece ser destacado, podemos vê na seguinte fala:   

   Ao abordar as implicações do Decreto nº 5.154/2004, e seus desencadeamentos, importa destacar que uma das marcas das políticas educacionais no governo de Luís Inácio Lula da Silva, seria a ênfase “na ampliação das oportunidades de acesso e permanência no sistema educacional, dos mais pobres, ignorados e postergados pelas políticas de privilégio e exclusão” (GENTLLI; OLIVEIRA, 2013, p. 253), construídas pelas elites.

Aqui não se trata apenas de expor um ponto de vista positivo sobre uma politica pública implantada em determinado governo, mas de esclarecer o que ainda precisa ser mudado na consolidação destas políticas. Este é um pensamento que ao longo do artigo a autora delineia. Assim sendo as reflexões expostas pela autora provocam no leitor, uma análise aprofundada do tema, que não diverge do conhecimento empírico do pesquisador.

Por fim concluímos com a seguinte fala da autora, que confirma o que foi dito acima:

     As reflexões trazidas, até aqui, nos remetem a outros fios de análises que explicitam a partir do campo discursivo, no que se refere ao direito à educação básica e à ideia de universalização, as razões pelas quais a efetivação das conquistas no campo dos direitos segue sendo postergada no Brasil, porque jamais priorizadas, ao passo em que se é “interrompido” o sonho de um projeto societário fundado na justiça social e na igualdade (FRIGOTTO, 2010). O que nos leva a considerar de acordo com Maceno (2005, p. 60) que a “universalização entendida como um processo de expansão e ampliação do acesso à educação formal é um processo real é inegável no sistema do capital”. No entanto, essa universalização apresenta seus limites uma vez que de forma contraditória o capital afirma e nega a identidade da universalização que defende, o que faz com que se inviabilize a “garantia do acesso igualitário de todos à educação” (MACENO, 2005, p. 113), reiterando assim a postergação de um projeto societário que afirme a igualdade substantiva e a justiça social.

Em todo o artigo e na entrevista a autora esclarece seu ponto de vista, e procura externar sua opinão de maneira nítida, não fugindo em nenhum momento do assunto abordado. Por isso, é que a meu vê recomendo a obra como fonte de pesquisa, pois trás conhecimento na área da educação.

Rodrigo Lima de Paulo Souza, acadêmico do Curso de Especialização em Práticas Assertivas da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos – IFRN, Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí, em 2013.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

A NATUREZA DOS TEXTOS ACADÊMICOS


    Escrever bem a principio parece ser um dom, algo que nem todos têm. Mas vai, além disso, é uma prática constante que requer bastante exercício por parte de quem escreve. E quando se fala de textos científicos e acadêmicos não parece ser uma tarefa muito fácil. Exige acima de tudo conhecimento e domínio da linguagem.

       Vários fatores a priori são levados em consideração na hora da elaboração de um texto cientifico ou acadêmico: a clareza, a precisão, a comunicabilidade e a consistência. Pode-se assim dizer que essas características são primordiais para que um texto seja bem escrito e também compreendido por quem lê.  Conforme disse Cervo e Bervian(2002), tudo que for escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor, ou seja, este não deve ter nenhuma dificuldade para entender o texto. Em outras palavras, a meu ver não pode deixar dúvidas.  Mas tem outro detalhe bastante importante que também deve ser levado em consideração na produção de textos, principalmente os acadêmicos, a citação do discurso alheio, tornando o texto mais rico em informações, que o caso da citação direta, citação indireta e as citação de citação. Esses itens que dão certa credibilidade ao nosso discurso, enriquecendo assim o conteúdo apresentado, que são as referências, fontes retiradas de livros, revistas, artigos entre outros.  

      Concluindo muitos se confundem, mas há diferença entre índice, sumário e resumo. O índice é uma “lista de palavras ou frases, segundo um critério predefinido.” É um elemento opcional conforme ABNT NBR 6034. Sumário é uma “enumeração das divisões, e outras partes de uma publicação”, como exemplo um artigo cientifico. Resumo, como o próprio nome já diz tem como objetivo apresentar (sintetizar), com fidelidade, os fatos essenciais contidos num texto.

REFERÊNCIAS

APUD CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Brasil da ordem e do progresso

Somos o país que queremos ou queremos o país que somos?
A desigualdade em nosso país é gritante. E quando se fala em educação dar pra perceber que essa desigualdade é cada vez maior. Basta para isso olharmos nossa realidade. A pandemia do novo coronavírus veio confirmar de forma bem acentuada essa percepção. De um lado estudantes que tiveram acesso a todos os recursos necessários, inclusive internet de qualidade para participarem das aulas remotas e de outro estudantes que lhes faltou quase que totalmente o necessário, e isso foi um fator determinante para trazer a tona de forma bem explícita as desigualdades já existentes. Mas como um país em pleno desenvolvimento econômico não se preparou para enfrentar esse tipo de situação? Se na educação existem falhas, imaginem na saúde como um todo. Por isso indaguei no início deste post, "somos o país que queremos ou queremos o país que somos? Cabe uma reflexão. E não falo isso apenas como educador que sou, mas principalmente como cidadão. É preocupante como nossos governantes tratam a educação, porque apesar dos recursos existerem,eles são mal destribuídos, pois não chegam a todos de maneira igual. Políticas públicas são sobremaneira propostas para amenizar ou até mesmo sanar a médio e longo prazo as deficiências que ainda existem na área da educação.Cabe a nós cidadãos conscientes de nossos direitos cobrar para que de fato elas aconteçam. 

foto fonte: A educação no Brasil em processo de erosão - Helder Moura, disponível em www.heldermoura.com.br

sábado, 11 de abril de 2020

Concepções fundamentais da antropologia filosófica no contexto histórico-formal

Breve reflexão


           Desde os primórdios da humanidade a antropologia filosófica dentro do campo da hermenêutica vem ganhando contornos diversos, pois engloba o homem em sua totalidade.
            Nesta perspectiva a filosofia que prima pela busca do conhecimento racional das coisas, delimita empiricamente o contexto histórico do homem, na concepção da antropologia filosófica.  Este contexto, entretanto favorece um amplo debate na compreensão do homem enquanto ser filosófico.   Na medida em que o mesmo internaliza o conhecimento buscando respostas para entender os motivos de sua existência, percebe-se então, ele o “homem” como um ser também “racional”.  Não seria isto somente uma concepção fundamentalmente antropológica, mas filosófica. Pois assim, ele se vê como um ser, que transforma o ambiente em que vive, com a sua maneira de pensar filosófica e antropologicamente.
            Portanto o homem sendo um ser racional e social, ele também é um ser espiritual. A sua visão de mundo e a compreensão da vida, leva a crê, que ele não só busca respostas para entender os motivos de sua existência, mas para dar sentido a ela. Quem irá facilitar a compreensão de mundo espiritual do homem, neste caso é sem sombra de dúvidas é a antropologia filosófica, que remete diretamente ao campo de pensamento da filosofia. 

Rodrigo Lima

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pronatec


   Incluir socialmente é um dos maiores objetivos da realização dos cursos de qualificação profissional promovidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Profissional - Pronatec, que proporciona aos alunos das escolas públicas oportunidades e condições de novas tarefas técnicas, contribuindo com sua interação e inserção no mercado de trabalho.
     A proposta é atender alunos regularmente matriculados em escolas públicas estaduais do Piauí e alunos advindos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Técnica Profissional.
    O Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) compreende a mais ambiciosa reforma já realizada na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) brasileira. Com a meta de oferecer, no Piauí, 7000 mil vagas de cursos de Formação Inicial Continuada - FIC para o ano de 2011 e mais ofertas de cursos Técnicos para 2012, o Programa tem por objetivos expandir, interiorizar e democratizar a oferta presencial e a distância de Cursos Técnicos e de Formação Inicial e Continuada (FIC), além de fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da EPT, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino médio da rede pública estadual, por meio da articulação com a educação profissional.
    Um dos principais destaques do Pronatec é a criação do Bolsa-Formação, pela qual a União financia a oferta de cursos presenciais de EPT a pessoas de diversos perfis, sendo dois os tipos de Bolsa-Formação. A Bolsa-Formação Estudante oferecerá Cursos Técnicos com duração a partir de 800 horas - para estudantes matriculados na rede pública estadual e a Bolsa-Formação Trabalhador que oferecerá Cursos FIC com duração de 160 horas ou mais a estudantes trabalhadores.
     Além disso, a criação do FIES Técnico, a consolidação da Rede e-Tec Brasil, o fomento às redes estaduais de EPT por intermédio do Brasil Profissionalizado e a expansão da Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica (EPT) são outros pontos de destaque do Programa.
     Em parceria com os ofertantes, Senai, Senac, Senar e Seduc, o Pronatec oferece Cursos Técnicos com um mínimo de 800h e Formação Inicial e Continuada (FIC) - mínimo de 160h - através da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e do Sistema S.
  Para participar de um curso Pronatec, os estudantes interessados devem estar regularmente matriculados na Educação de Jovens e Adultos de 4ª a 7ª etapas, no Ensino Médio regular ou integrado (1º, 2º e 3º ano) ou Ensino Profissionalizante da rede pública estadual.

domingo, 8 de janeiro de 2012

NARRATIVAS DE UM PEDAGOGO

         Quero iniciar mais esta novidade no Blog Foco Educativo, para contar das minhas experiências ocorridas no ambiente da sala de aula. Me lembro muito bem de quando pela primeira vez cheguei em uma sala de aula para lecionar, estava praticamente no início da Licenciatura. A disciplina lecionada era Literatura, uma das minhas paixões, foi um desafio intanto, mas de grande importância para minha formação. Apesar do nervosismo e da insegurança de um iniciante, sube conduzir a aula, em nenhum momento pensei em desistir, mas algo me dizia que eu estava no caminho certo, que aquela era a primeira de muitas aulas que eu iria dar naquele ano. 
         Pude perceber nos olhos dos alunos uma expectativa sobre a minha pessoa, mas logo contornei e repassei para eles o conteúdo do dia. Procurei ao máximo ser dinâmico e falar na linguagem deles. De vez em quando dava uma pausa para questioná-los, perguntando se eles estavam entendendo o assunto, e para meu alívio recebia positivamente uma resposta, e assim levei até ao final a aula, obtendo o resultado desejado, pois tinha cumprido o objetivo desejado.  Não esquecendo que era uma turma de pré-vestibular, jovens que estavam se preparando para o vestibular no ano de 2008.  Em breve voltaremos com mais uma história para contar.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Gestão Participativa

            A gestão participativa é normalmente entendida como uma forma regular e significante de envolvimento dos funcionários de uma organização no seu processo decisório, levando-se em consideração o processo que envolve toda uma equipe, se faz necessário uma articulação com estratégias bem elaboradas onde todos sejam participantes diretos, não apenas pela valorização que cada um possui, mas pela concretização do ideal almejado. Diante deste pressuposto é preciso redimensionar as variantes que envolvem todo o processo educativo, que engloba desde a participação de funcionários e professores, bem como o engajamento da comunidade escolar nas decisões que por acaso a gestão vier tomar em beneficio da escola.
         Em organizações democraticamente administradas inclusive escolas, os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e na manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades das pessoas a quem os serviços da organização destinam-se.
       Para que possa ser realizada uma gestão com eficientes resultados é preciso que haja uma reflexão coletiva pelas situações diariamente vivenciadas pelo corpo docente e demais funcionários da escola. O gestor é o personagem principal nesse processo, que terá bons resultados se o mesmo buscar a integração de todos os funcionários para conseguirem os objetivos a serem alcançados. Os esforços deverão partir do coletivo, eles devem ser organizados e estarem em sintonia à frente um gestor que saiba e tenha a humildade de compreender cada um de seus colegas de trabalho, fazendo com que eles se sintam importantes e reconheçam em si o talento que eles têm para um crescimento recíproco e possa haver uma troca de experiências para uma gestão construtiva e desempenhada com objetivos de melhorar a educação. Quando o gestor passa a ter esta visão o trabalho se torna muito mais fácil de realizar, pois as experiências por si só falam.
      No entanto o que se nota é que as experiências ocorridas na designação de participação apresentam mais resultados negativos do que positivo. Isto acontece porque não há um envolvimento mais efetivo por parte das pessoas envolvidas no processo educacional. Porém, os exemplos que deram certo precisam ser seguidos pelos gestores de nosso país, nos Estados Unidos a partir do momento em houve esta ação conjunta de todas as pessoas envolvidas no sistema educacional tudo melhorou ainda mais. Outro exemplo de grande importância para nossa sociedade vem dos países asiáticos, o Japão a partir do momento em que todas as pessoas se empenharam e passaram a trabalhar valorizando a gestão participativa a educação daquele país deu um salto grande na qualidade do ensino, é um exemplo de superação.
        Ao analisar através de um questionário respondido por uma gestora de uma escola pública estadual de nossa cidade, notei como é grande o empenho da mesma em fazer de sua gestão cada vez mais participativa, e isto também é louvável e deve ser seguido por todos os envolvidos no processo educacional. Percebemos como ela envolve toda a comunidade escolar, pois antes de delegar funções procura enxergar a médio e longo prazo as deficiências ainda existentes, e a maneira correta de agir, pois trabalha em conjunto com todos na busca de soluções, colocando em prática a ética profissional e o carisma que todo gestor deve ter quando administra e lidera o trabalho de uma escola. O que foi dito dos Estados Unidos e do Japão servem apenas como referência, pois o Brasil tem alcançado em relação às normas e programas de aperfeiçoamento que ajudam os gestores na condução e tomada de decisões, fazendo de sua administração escolar uma maneira de relacionar as várias vertentes que englobam o ambiente educativo.
      Portanto está na hora de unirmos forças e trabalharmos em prol de uma gestão de qualidade, que atenda os anseios e as necessidades de toda a conjuntura escolar, que fazendo de verdade uma mudança para um mundo melhor e com oportunidades para todos.