Curiosidades

5 curiosidades sobre Leonardo da Vinci e a matemática


Autor da pintura mais famosa do mundo, a “Mona Lisa”, Leonardo da Vinci é muito conhecido por seu legado artístico. Contudo, a ciência também teve uma grande influência na vida do italiano. Ele construiu máquinas, inventou teorias… Não à toa, é descrito como um polímata, ou seja, um indivíduo que estuda muitas ciências. Engenharia, botânica, anatomia, música e arquitetura são algumas das diversas áreas em que Da Vinci atuou durante a sua vida. E, em boa parte delas, lá estava a matemática.

“Que nenhum homem que não seja matemático leia os elementos de minha obra”, escreveu. Era na matemática que o cientista Leonardo buscava as constatações de tudo o que explorava. Para ele, não existia evidência na natureza à qual não se pudesse aplicar os conceitos da disciplina. Talvez por isso ele tenha deixado tantos trabalhos intrigantes envolvendo essa área de estudo. Separamos alguns deles a seguir.

A matemática do corpo humano

“Homem vitruviano” é um dos desenhos mais famosos deixados por Da Vinci. A figura, feita em tinta sobre papel, foi encontrada em um diário do italiano e estima-se que tenha sido feita em 1490. Para criá-la, ele se baseou em conceitos do arquiteto romano Vitrúvio, que relacionou medidas do corpo humano à arquitetura. Segundo Vitrúvio, a proporção ideal de uma figura humana deveria entrar em um círculo e em um quadrado. Mas o próprio arquiteto não conseguiu a façanha de encaixar as proporções do corpo humano dentro dessas formas com tanta perfeição como Leonardo da Vinci fez. 

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Homem Vitruviano | Imagem: Pixabay

São diversas as constatações matemáticas que podem ser tiradas ao observar a obra. Entre elas, nota-se que a área total do círculo é exatamente igual à área total do quadrado. O desenho, portanto, que forma uma estrela de cinco pontas, pode ser considerado um algoritmo para calcular o valor do número de ouro.

A arte de Leonardo da Vinci e a matemática

Os quadros pintados pelo italiano também são repletos de conceitos matemáticos. Assim como no “Homem vitruviano”, destaca-se em boa parte dessas obras a proporção áurea. Considerada antigamente como “uma oferta de Deus ao mundo”, muitos artistas a aplicavam em suas pinturas em busca de harmonia. 

Em “A última ceia”, observe como Jesus está no centro da figura e, de cada lado, temos exatamente o mesmo número de elementos (discípulos, janelas etc.). Essa aparente perfeição não é mera coincidência…

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A última ceia | Imagem: Pixabay

Da Vinci, inclusive, ilustrou o livro “A divina proporção”, escrito pelo seu amigo e matemático Luca Pacioli. A obra é um tratado da razão áurea aplicado à geometria, feita entre 1496 e 1498.

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Conceito da proporção áurea | Imagem: Freepik

Máquinas e ferramentas

Inventor, Leonardo Da Vinci projetou diversas ferramentas e máquinas. Em uma reportagem do canal Unesp, o professor da universidade Sergio Nobre destaca a precisão de Da Vinci. “Imagine dentro de um relógio mecânico, por exemplo, onde uma engrenagem movimenta a outra, uma engrenagem pequena movimenta uma maior. Se tiver um pequeno erro na primeira volta da primeira engrenagem, o erro será grande na engrenagem grande. Isso não pode acontecer, por isso a necessidade da precisão.” Leonardo esboçou diversas engrenagens. 

Engrenagens de Leonardo da Vinci
Imagem: Pinterest

Equipamentos voadores

Leonardo da Vinci também projetou máquinas voadoras. Um conceito matemático fundamental utilizado aqui é a simetria: para voar, cada lado do objeto deve ter o mesmo peso. O italiano esboçou paraquedas, planadores e até um helicóptero, mas na época não saíram do papel. Em 2002, Robbie Whittall, que havia sido campeão mundial de paragliding, decidiu testar uma dessas invenções, mas não houve sucesso. As máquinas voadoras de Da Vinci influenciaram a tecnologia que seria desenvolvida anos depois que faria o homem voar.

Ornitóptero
Da Vinci estudou o voo dos pássaros para criar seus protótipos mecânicos voadores. O mais famoso é o ornitóptero, precursor da asa-delta | Imagem: Pinterest

Natureza

As proporções também eram observadas por Leonardo na natureza. E suas observações estavam corretas. “Se você imaginar o colapso de todos os galhos mais externos de uma árvore em um cilindro, tal cilindro seria do tamanho do tronco. De acordo com a regra formulada por Leonardo da Vinci, a área total de ramos é conservada à medida que você vai do tronco até os galhos do topo”, afirma Lisa Bentley, pesquisadora que fez parte de um estudo da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, que analisou cinco espécies de árvores e constatou as estimativas do italiano.

Um grande curioso

Em meio a tantos feitos, biógrafos de Leonardo da Vinci apontam que características como a criatividade e a curiosidade foram fundamentais para a atuação tão diversa do italiano. Esses aspectos são bastante trabalhados em Mentalidades Matemáticas, que também faz uso de obras de arte e muitos outros recursos para um ensino mais aberto, criativo e visual da matemática. Que tal utilizar uma obra de Leonardo da Vinci em sala de aula e motivar os alunos em uma atividade diferente? Inspire-se com esses exemplos!

fonte: https://mentalidadesmatematicas.org.br/leonardo-da-vinci-matematica/


As Lâmpadas de Edison

     Com o advento da Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, observamos que uma verdadeira enxurrada de invenções tomou conta do meio científico daquela época. Afinal de contas, aprimorar alguma máquina ou criar uma engenhoca de benefícios revolucionários significava a glória social e financeira de qualquer estudioso daquela época. Em consequência, vários cientistas passaram a disputar ferrenhamente a autoria de alguns inventos.
      Um dos casos mais interessantes que retrataram essa situação aconteceu com relação à criação e o desenvolvimento da lâmpada incandescente. Desde os finais do século XVIII, vários homens tentaram obter uma fonte de iluminação que pudesse substituir a fraca luz produzida pelas velas e outros produtos combustíveis. No ano de 1802, temos um dos primeiros registros de um protótipo de lâmpada e no decorrer deste mesmo século algumas outras dezenas dessa mesma tentativa.
      Contudo, no final do XIX, foi o inventor Thomas Alva Edison que conseguiu resolver esse desafio com uma lâmpada feita por meio de um de carvão a vácuo que conseguia uma boa iluminação durante um período maior de tempo. Muito consciente de toda a repercussão que sua experiência poderia causar, Edison patenteou a nova descoberta e fundou uma empresa que fabricaria e venderia em larga escala o seu modelo de lâmpada incandescente.
      Algum tempo depois, talvez notando a lucratividade que o produto teria, uma empresa rival passou a fabricar um modelo de lâmpada bastante semelhante àquele que exigiu horas e mais horas de estudo e experimento por parte de Thomas Edison. Inconformado com a situação, o estudioso norte-americano abriu um processo judicial contra a empresa que tentou lucrar à custa de um trabalho alheio.
      Para provar que estava sendo prejudicado pela deslealdade de um concorrente comercial, Edison contou com o auxílio de um assistente que apresentou uma antiga caixa com vinte e três lâmpadas semelhante às que eram comercializadas por seu patrão. Com isso, Thomas Edison não só provou a autoria e o plágio das lâmpadas incandescentes, bem como atraiu o investimento de grandes magnatas da época que deram origem à famosa marca de eletroeletrônicos “General Electric”.
     Sem dúvida, podemos afirmar que este episódio foi bem mais do que uma simples curiosidade da vida deste inventor. Ao gastar tempo concebendo este e outros mais inventos, Edison sedimentava os novos tempos que se desenhavam com a Revolução Industrial. A aproximação entre Ciência e Indústria passou a conjugar um binômio que permite compreender como somos, ainda hoje, inundados por novidades que não parecem ter um limite.

Por Rainer Sousa
Mestre em História