segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Transformação social pela educação: utopia ou realidade?

    Os noticiários da TV anunciam com rara frequência histórias de moradores de ruas que mudaram de vida, depois que a educação trouxe para eles uma melhor perspectiva de vida. Muitos que viviam à margem da sociedade, sem esperança alguma, e que encontraram na educação um forma de crescimento e desenvolvimento cultural. Mas de fato esta mudança se processou? É preciso esclarecer os fatos para que não fique nenhuma dúvida. Foi através do estudo e da busca incessante de conhecimento, que puderam chegar a disputar uma vaga na universidade, conseguindo lograr êxito.isto é, realizar o sonho de estar em um curso superior, apesar das desigualdades ainda serem muito grandes, é o que nos afirma o autor ao falar do papel reprodutor da educação, que por sinal cria desigualdades:
             " O papel reprodutor da educação reside fundamentalmente em legitimar as desigualdades com um argumento "natural": a capacidade medida por meio do êxito escolar. Desse modo, o sistema educativo reproduz as desigualdades existentes."(OLIVEIRA, 2003, PAG 91)
      A cidadania plena só é possível por intermédio da educação, esta que não deve ser negada a nenhum indivíduo, pois à medida que o mesmo se educa e é educado com certeza saberá agir com responsabilidade, terá uma conduta respeitável perante a sociedade.
     Ao mesmo em que vemos um avanço da educação, nota-se também um forte desgaste dela nas áreas mais pobres do país, em especial nas zonas rurais. Vale lembrar que estamos falando de ensino público: crianças e jovens que não tem o espaço escolar adequado, nem tão pouco condições materiais necessárias para o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, cognitivas e sociais. É um contraste muito grande da educação enquanto transformadora social, de um lado as oportunidades e o acesso a educação de qualidade são imensas, de outro faltam-lhe os recursos necessários para o seu pleno desenvolvimento. Pois o sistema capitalista em que vivemos induz e propõe propostas diferentes quanto à transformação social tem causado à educação em geral, o autor vai ao longe ao dizer:
               "Assim  à primeira vista, a   educação  parece   ter sido   mais um fator   de  consolidação do que  de  transformação social. Contudo, não é bem assim. Desde o século passado, mas principalmente  neste  século, muitos estudiosos  tem  associado a educação a mudança social,  e essa  ideia ganhou  mais  força  quando passou a se considerar o desenvolvimento socioeconomico como processo de mudança social". ( OLIVEIRA, 2003, PAG.92)
     Portanto é preciso politícas públicas eficazes, capazes de promover sempre mais a inclusão de todos os cidadãos seja de qual origem ele for, que lhe permitem ingressar no mundo do conhecimento acadêmico, como tem sido feito ultimamente com os programas implantados pelo ministério da educação.  

sábado, 20 de fevereiro de 2010

“A volta de um personagem do século XVIII ao Brasil (ficção)

    Em pleno século XXI, o senhor Teixeira, um grande professor do século XVIII, voltou ao Brasil e, chegando a sua cidade, ficou abismado com o que viu: as casas eram altíssimas e cheias de janelas, as ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras, com uma infinidade de máquinas andando em velocidade.

  O povo falava muitas palavras que o professor Teixeira não conhecia (Poluição, telefone, avião, metrô, televisão...). As roupas deixavam o professor Teixeira ruborizado. Tudo havia mudado.

   Muito surpreso e preocupado, o professor visitou a cidade inteira e, cada vez menos, compreendia o que estava acontecendo. Resolveu, então, visitar uma Igreja, mas que susto levou. O padre rezava a missa, não em latim, mas em português e de costas para o altar. O órgão estava parado e um grupo de cabeludos tocava nas guitarras uma música estranha, em vez de canto gregoriano.

   O desespero do professor aumentava...

   Tudo havia mudado completamente e o professor Teixeira desanimava cada vez mais, até que resolveu visitar uma escola. Foi uma ideia sensacional porque quando chegou, sentiu o que procurava: tudo continuava da mesma forma como ele havia deixado: as carteiras uma atrás da outra, o professor falando, falando... e os alunos escutando, escutando...”



segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Processo de Socialização do homem através da educação- Parte II


Quando nascemos, não nascemos sabendo das coisas. Vamos aprendendo ao longo do nosso processo de socialização. O homem por si só não adquire esse conhecimento, necessário para fazê-lo um ser social, mas adquire por meio de um processo social, tornando-o capaz de desenvolver suas capacidades físicas, intelectuais e morais. Este conhecimento adquirido é construído respeitando etapas, superando deficiências de ordem natural e cultural. Pois segue certos padrões, normas que o enriquecem acompanhado de uma linha lógica de pensamento. Ao longo desse processo o homem enquanto ser individual também, se depara com situações normalmente de caráter sociológico que o faz empregar esforço contínuo na compreensão dos valores existentes, e isto graças a sua hereditariedade.
A sociologia como ciência social que é, tem um duplo papel: aumentar o conhecimento que o homem tem de si e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. Já a educação como processo social global que ocorre em toda sociedade, abre horizontes para a compreensão da vida social em si. Ambas trilham um caminho de extrema importância para o desenvolvimento de todo contexto cultural. As duas coexistem para fazer frente aos anseios do homem, que busca constantemente o resgate de sua dignidade enquanto ser humano. É utopia pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, mas é certo que ela representa uma condição indispensável para resolvê-lo. À luz dos sistemas sociais, citando aqui como referência a sociologia da educação, com base em estudos da realidade social, permite que se compreenda o papel da educação na sociedade, e tendo isto como base que se façam reformas educacionais urgentes.
Não podemos acreditar que vamos educar nossos filhos do jeito que queremos. Há costumes pelos quais somos obrigados a nos conformar. Ideias e costumes que determinam o tipo de educação que recebemos quando crianças, não fomos nós que criamos isto, isto é fruto da vida em comum. A essa herança cultural que recebemos acrescentamos coisas novas. Em toda sociedade o sistema educativo se apresenta sob um duplo aspecto, ao mesmo tempo uno e múltiplo, homogêneo e diferenciado. O que acabamos de citar foi um exemplo de educação enquanto função homogênea. Sabendo que não há uma única forma nem um único modelo de educação, dizemos que esta é diferenciadora. Tomemos como outro exemplo a Grécia, onde a educação dos senhores não era a mesma dos escravos.
Portanto qualquer que seja a importância de um desses sistemas educativos, eles não constituem toda a educação, não se bastam a si próprios. Não há povo que não exista um numero certo de idéias, sentimentos e de práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for à condição social do qual faça parte.