A arte de fazer boas escolhas é a virtude do discernimento. É importante sempre separar o cerne das coisas, avaliando o que é adequado e o que não é, e essa reflexão pode ser estimulada a partir de um olhar inteligente e ampliado.
Etimologicamente, a palavra "inteligência" originou-se a partir do latim intelligentia, em que o prefixo inter significa "entre" e legere, "escolha". Logo, o significado original deste termo faz referência à capacidade de escolha de um indivíduo entre as várias opções que lhe são apresentadas.
A maior de todas as inteligências é escolher, dentre todas as opções que o mundo oferece, o que é próprio do ser humano: sua identidade.
Uma pessoa que não está habituada a aprofundar suas reflexões, tornando-as conscientes, não tem ferramentas para fazer escolhas bem feitas.
As pessoas acostumaram-se a colocar na conta do tempo algumas decisões que só cabem a elas, e o tempo não resolve as coisas; ele vai arrastando as decisões. É preciso ter cuidado com o comodismo; escolher é uma necessidade, e ninguém deve ser privado disso.
A pressa do dia a dia permite que a superficialidade avance, impedindo as pessoas de desenvolver a inteligência, privando-as de saber fazer boas escolhas. Por isso a prudência torna-se fundamental. É preciso parar, pensar e agir, tendo tempo suficiente para refletir e perguntar-se “aonde eu quero chegar com tudo isso? Que ser humano eu quero ser?”.
Ter um ideal claro fornece à vida orientação e propósito. Serve como um ponto de referência, ajudando a saber para onde ir, por que e o que fazer. Um ideal inspirador pode ser uma fonte poderosa de motivação. Quando se tem um objetivo elevado tem-se mais disposição para superar desafios e persistir na busca desse objetivo.
É muito difícil fazer escolhas autênticas se a autenticidade não está presente na vida das pessoas. Quando sabemos quem somos, sabemos o que viemos fazer aqui, e ter clareza dessa missão é o que traz realização ao ser humano, o que o faz agir com lucidez.
Inspirados por princípios humanistas e éticos é possível tomar boas decisões, proporcionando uma vida mais significativa e contribuindo para uma sociedade mais justa e responsável. A filosofia pode ser uma ferramenta poderosa para o crescimento pessoal e a autotransformação. Ela encoraja as pessoas a aplicar esse aprendizado em suas vidas cotidianas, a partir de princípios e valores universais, como a bondade, a beleza e a justiça.
Escrito por Lúcia Helena Galvão
Lúcia Helena Galvão é filósofa, escritora, palestrante e voluntária há 35 anos da Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil.
fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colaboradores