segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Desafiando a vida

     No Filme: Voando no Limite, pode-se notar que o homem é um ser em constante evolução, e isto o difere dos demais seres.

     É o que acontece ao jovem piloto de apenas 33 anos, que ao receber o resultado de um exame médico descobre que tem um tumor na cabeça. Logo o médico lhe orienta a deixar de voar. Diante desta triste descoberta em sua vida, ele se coloca a desafiar seus limites, pois não quer aceitar que tem uma doença grave e precisa se tratar. Um jovem acostumado a vencer muitos desafios em sua carreira militar, continua no exercício de sua profissão de piloto, mas algo “estranho” começa a acontecer, pois as dores de cabeça são cada vez mais frequentes e intensas. Isto vai se refletindo na sua mudança de humor, provocando certo constrangimento em seus relacionamentos, tanto familiares como profissionais. É difícil para aquele jovem reconhecer a sua condição, de impotência de sua saúde fragilizada. É o que acontece também ao ser humano de modo geral, pois desde os primórdios colocou-se numa condição de supremacia, acreditando que poderia ser imortal, visto que se diferenciava das demais criaturas em intelecto e fisicamente.

    Com relação ainda ao filme, o jovem piloto não abdica em nenhum momento do prazer de voar, era mais do que simplesmente voar, seria superar seus próprios limites. Sua vida a qualquer momento poderia se dissipar, mas ele vai até as últimas consequências. Quantos de nós não medimos o tamanho das consequências em nossas vidas, e acabamos por sofremos depois. Foi exatamente por isso que “o homem” lançou a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, provocando um total estrago humano, vitimando milhares de inocentes.

     O desfecho do filme é no seu último voo, quando ele realiza junto com seu irmão, companheiro de jornada uma manobra espetacular, contrariando todas as ordens superiores que haviam o proibido de voar. Até que ao sentir novamente forte dor de cabeça perde o controle da aeronave, caindo bruscamente. Ali no chão seu irmão vê seus últimos suspiros, era o fim de Carlos.

     Assim é também do ser humano: nasce, cresce, reproduz e morre. O fim da qual nenhum de nós poderá escapar, mas é mais ainda com a vida que devemos aprender. A começar por respeitar nossos limites, não esquecendo que do pó viemos e ao pó retornaremos. Outra lição deixada pelo filme é que devemos viver a vida como se fosse o último de nossa existência, de maneira intensa.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

LDB: Avanços ou Atrasos?

      Passados 14 anos desde a implantação da nova LDB, nota-se que muito se tem feito para que seus objetivos sejam realmente alcançados, ou seria o inverso a lei teria ficado só no papel, não apresentando resultados plausíveis. Ou seria radical demais da minha parte dizer que nada mudou na educação brasileira.

     É claro que muita coisa realmente de fato mudou. Poderíamos citar como um dos exemplos o artigo 3º que fala dos Princípios e Fins da educação nacional, no seu inciso VII, a valorização dos profissionais da educação escolar. Percebe-se e isto é fato o profissional de educação passou a ser mais valorizado, conseqüentemente mais exigido, principalmente em relação à sua ação docente, visto que o mercado de trabalho esteja em constante crescimento. E aquele profissional que não se qualifica fica para trás. Por outro lado muitos preferem ficar na mesmice, acomodam-se e não buscam aperfeiçoamento em seus métodos de ensino, prejudicando assim o bom êxito da educação escolar.

    Ainda no artigo 3º no inciso IX que se refere à garantia do padrão de qualidade, houve consideravelmente um grande avanço. De fato a qualidade do ensino público alcançou índices elevados, e um exemplo disso é quando se diz que o aluno de escola pública hoje em dia tem as mesmas chances do aluno de escola privada de chegar à universidade, houve uma melhoria em todos os sentidos, por sua vez o estudante de escola pública está mais preparado para enfrentar o vestibular. Isto se deve a políticas públicas tanto dos órgãos federais, estaduais e municipais que ofereceram a esses estudantes oriundos de escolas públicas a oportunidade de se prepararem em cursinhos populares. Quando se criou o PROUNI vale aqui ressaltar facilitou e muito a entrada dos estudantes mais carentes na universidade, apesar de este não um fator determinante de qualidade do ensino público, mas cito como positivo este programa inclusivo, algo que há 20 anos era praticamente impossível.

      Mas a LDB a meu ver não teve só avanços, pois muita coisa ainda não se realizou plenamente. No artigo 4º inciso III, quando se fala do atendimento preferencial aos educandos com necessidades especiais, pouco foi feito para atender as demandas existentes no ensino público. A começar por escolas que não estão preparadas para receber alunos com necessidades especiais, isto acontece por que as estruturas que lá existem não são adequadas, e os profissionais de educação também não estão preparados a contento. Em outras palavras falta profissional competente e qualificada para desempenhar com afinco esta tarefa: que é lidar com as diferenças. Mas a culpa é de quem? No meu ponto de vista do sistema de ensino que não se adéqua as reais necessidades do educando. Mas não são todas as escolas que estão nesta situação, há estabelecimentos de ensino que cumprem fielmente a lei, por que estão preparadas e equipadas para atenderem prontamente os educandos com necessidades especiais, primam pela qualidade de seus profissionais e obedecem rigorosamente as normas estabelecidas pelo ministério da educação.

    Portanto o que poderemos enquanto profissionais de educação esperar da LDB e seu futuro, uma lei que foi feita para atender o cidadão em seus aspectos cognitivos, psicológicos e sociais, pois esta é a sua função maior. Não podemos medir esforços na busca de soluções práticas e transformadoras da educação brasileira, para que de fato a LDB seja uma realidade possível e que atenda a todas às carências que pairam sobre o ensino público no Brasil.













sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Função da Arte

“A função da arte não é passar por portas abertas, mas a de abrir portas fechadas”
                                                                  Ernst Fisher.

       Desde a antiguidade o homem vem modificando o seu comportamento, expressando de todas as formas seus sentimentos, anseios, retratando sua vida através da arte. Os grandes achados arqueológicos: pinturas rupestres, edificações, escritos revelam claramente as variações e transformações por qual passou o homem e, por conseguinte também a humanidade. Todo o contexto cultural que envolvia o homem e as gerações passadas possibilitou um estudo cada vez mais minucioso das tendências artísticas e culturais que refletiam de forma dinâmica nas sociedades. Ao afirmar isto quero dizer que o homem através da arte queria expressar a sua própria essência enquanto ser humano, e como figura principal do processo de transformação da humanidade no que diz respeito ao modo de pensar, enaltecer suas qualidades culturais e artísticas, passando de geração em geração um aprimoramento voltado para a época em que se encontrava.
    Quando Fisher diz que a função da arte não é passar por portas abertas, mas a de abrir as portas fechadas é de que a própria arte deve encontrar eco no coração humano, deixar de lado uma visão plenamente burguesa, para alcançar com exatidão e lucidez todo e qualquer ser humano. Do mais letrado ao menos letrado, a arte tem a incumbência de favorecer uma interação continua e perspicaz da raça humana.
    Com relação ao seu mecanismo de funcionalidade ela deve proporcionar aos indivíduos que dela se apropriam, e até os que são beneficiados mesmo de forma indireta ou atingidos melhor dizendo, desenvolvimento e conhecimento plenos para a realização da cidadania, enquanto membros integrantes de uma coletividade. Alcançando esta meta, poderá ser um das facetas de que o homem dispõe para expressar seus mais variados tipos de concepção do mundo que o cerca.
    É bem verdade que tudo que nos cerca tem certo toque de arte. A própria vida humana é uma manifestação bela, dando a entender que é a partir dela que todas as manifestações da arte são expressas, de maneira explicita e implícita. Quando se entender a arte a partir desta concepção humanística, é que ela a arte de fato alcançou sua função: a de tornar mais bela a vida.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Transformação social pela educação: utopia ou realidade?

    Os noticiários da TV anunciam com rara frequência histórias de moradores de ruas que mudaram de vida, depois que a educação trouxe para eles uma melhor perspectiva de vida. Muitos que viviam à margem da sociedade, sem esperança alguma, e que encontraram na educação um forma de crescimento e desenvolvimento cultural. Mas de fato esta mudança se processou? É preciso esclarecer os fatos para que não fique nenhuma dúvida. Foi através do estudo e da busca incessante de conhecimento, que puderam chegar a disputar uma vaga na universidade, conseguindo lograr êxito.isto é, realizar o sonho de estar em um curso superior, apesar das desigualdades ainda serem muito grandes, é o que nos afirma o autor ao falar do papel reprodutor da educação, que por sinal cria desigualdades:
             " O papel reprodutor da educação reside fundamentalmente em legitimar as desigualdades com um argumento "natural": a capacidade medida por meio do êxito escolar. Desse modo, o sistema educativo reproduz as desigualdades existentes."(OLIVEIRA, 2003, PAG 91)
      A cidadania plena só é possível por intermédio da educação, esta que não deve ser negada a nenhum indivíduo, pois à medida que o mesmo se educa e é educado com certeza saberá agir com responsabilidade, terá uma conduta respeitável perante a sociedade.
     Ao mesmo em que vemos um avanço da educação, nota-se também um forte desgaste dela nas áreas mais pobres do país, em especial nas zonas rurais. Vale lembrar que estamos falando de ensino público: crianças e jovens que não tem o espaço escolar adequado, nem tão pouco condições materiais necessárias para o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, cognitivas e sociais. É um contraste muito grande da educação enquanto transformadora social, de um lado as oportunidades e o acesso a educação de qualidade são imensas, de outro faltam-lhe os recursos necessários para o seu pleno desenvolvimento. Pois o sistema capitalista em que vivemos induz e propõe propostas diferentes quanto à transformação social tem causado à educação em geral, o autor vai ao longe ao dizer:
               "Assim  à primeira vista, a   educação  parece   ter sido   mais um fator   de  consolidação do que  de  transformação social. Contudo, não é bem assim. Desde o século passado, mas principalmente  neste  século, muitos estudiosos  tem  associado a educação a mudança social,  e essa  ideia ganhou  mais  força  quando passou a se considerar o desenvolvimento socioeconomico como processo de mudança social". ( OLIVEIRA, 2003, PAG.92)
     Portanto é preciso politícas públicas eficazes, capazes de promover sempre mais a inclusão de todos os cidadãos seja de qual origem ele for, que lhe permitem ingressar no mundo do conhecimento acadêmico, como tem sido feito ultimamente com os programas implantados pelo ministério da educação.  

sábado, 20 de fevereiro de 2010

“A volta de um personagem do século XVIII ao Brasil (ficção)

    Em pleno século XXI, o senhor Teixeira, um grande professor do século XVIII, voltou ao Brasil e, chegando a sua cidade, ficou abismado com o que viu: as casas eram altíssimas e cheias de janelas, as ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras, com uma infinidade de máquinas andando em velocidade.

  O povo falava muitas palavras que o professor Teixeira não conhecia (Poluição, telefone, avião, metrô, televisão...). As roupas deixavam o professor Teixeira ruborizado. Tudo havia mudado.

   Muito surpreso e preocupado, o professor visitou a cidade inteira e, cada vez menos, compreendia o que estava acontecendo. Resolveu, então, visitar uma Igreja, mas que susto levou. O padre rezava a missa, não em latim, mas em português e de costas para o altar. O órgão estava parado e um grupo de cabeludos tocava nas guitarras uma música estranha, em vez de canto gregoriano.

   O desespero do professor aumentava...

   Tudo havia mudado completamente e o professor Teixeira desanimava cada vez mais, até que resolveu visitar uma escola. Foi uma ideia sensacional porque quando chegou, sentiu o que procurava: tudo continuava da mesma forma como ele havia deixado: as carteiras uma atrás da outra, o professor falando, falando... e os alunos escutando, escutando...”