sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Função da Arte

“A função da arte não é passar por portas abertas, mas a de abrir portas fechadas”
                                                                  Ernst Fisher.

       Desde a antiguidade o homem vem modificando o seu comportamento, expressando de todas as formas seus sentimentos, anseios, retratando sua vida através da arte. Os grandes achados arqueológicos: pinturas rupestres, edificações, escritos revelam claramente as variações e transformações por qual passou o homem e, por conseguinte também a humanidade. Todo o contexto cultural que envolvia o homem e as gerações passadas possibilitou um estudo cada vez mais minucioso das tendências artísticas e culturais que refletiam de forma dinâmica nas sociedades. Ao afirmar isto quero dizer que o homem através da arte queria expressar a sua própria essência enquanto ser humano, e como figura principal do processo de transformação da humanidade no que diz respeito ao modo de pensar, enaltecer suas qualidades culturais e artísticas, passando de geração em geração um aprimoramento voltado para a época em que se encontrava.
    Quando Fisher diz que a função da arte não é passar por portas abertas, mas a de abrir as portas fechadas é de que a própria arte deve encontrar eco no coração humano, deixar de lado uma visão plenamente burguesa, para alcançar com exatidão e lucidez todo e qualquer ser humano. Do mais letrado ao menos letrado, a arte tem a incumbência de favorecer uma interação continua e perspicaz da raça humana.
    Com relação ao seu mecanismo de funcionalidade ela deve proporcionar aos indivíduos que dela se apropriam, e até os que são beneficiados mesmo de forma indireta ou atingidos melhor dizendo, desenvolvimento e conhecimento plenos para a realização da cidadania, enquanto membros integrantes de uma coletividade. Alcançando esta meta, poderá ser um das facetas de que o homem dispõe para expressar seus mais variados tipos de concepção do mundo que o cerca.
    É bem verdade que tudo que nos cerca tem certo toque de arte. A própria vida humana é uma manifestação bela, dando a entender que é a partir dela que todas as manifestações da arte são expressas, de maneira explicita e implícita. Quando se entender a arte a partir desta concepção humanística, é que ela a arte de fato alcançou sua função: a de tornar mais bela a vida.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Transformação social pela educação: utopia ou realidade?

    Os noticiários da TV anunciam com rara frequência histórias de moradores de ruas que mudaram de vida, depois que a educação trouxe para eles uma melhor perspectiva de vida. Muitos que viviam à margem da sociedade, sem esperança alguma, e que encontraram na educação um forma de crescimento e desenvolvimento cultural. Mas de fato esta mudança se processou? É preciso esclarecer os fatos para que não fique nenhuma dúvida. Foi através do estudo e da busca incessante de conhecimento, que puderam chegar a disputar uma vaga na universidade, conseguindo lograr êxito.isto é, realizar o sonho de estar em um curso superior, apesar das desigualdades ainda serem muito grandes, é o que nos afirma o autor ao falar do papel reprodutor da educação, que por sinal cria desigualdades:
             " O papel reprodutor da educação reside fundamentalmente em legitimar as desigualdades com um argumento "natural": a capacidade medida por meio do êxito escolar. Desse modo, o sistema educativo reproduz as desigualdades existentes."(OLIVEIRA, 2003, PAG 91)
      A cidadania plena só é possível por intermédio da educação, esta que não deve ser negada a nenhum indivíduo, pois à medida que o mesmo se educa e é educado com certeza saberá agir com responsabilidade, terá uma conduta respeitável perante a sociedade.
     Ao mesmo em que vemos um avanço da educação, nota-se também um forte desgaste dela nas áreas mais pobres do país, em especial nas zonas rurais. Vale lembrar que estamos falando de ensino público: crianças e jovens que não tem o espaço escolar adequado, nem tão pouco condições materiais necessárias para o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, cognitivas e sociais. É um contraste muito grande da educação enquanto transformadora social, de um lado as oportunidades e o acesso a educação de qualidade são imensas, de outro faltam-lhe os recursos necessários para o seu pleno desenvolvimento. Pois o sistema capitalista em que vivemos induz e propõe propostas diferentes quanto à transformação social tem causado à educação em geral, o autor vai ao longe ao dizer:
               "Assim  à primeira vista, a   educação  parece   ter sido   mais um fator   de  consolidação do que  de  transformação social. Contudo, não é bem assim. Desde o século passado, mas principalmente  neste  século, muitos estudiosos  tem  associado a educação a mudança social,  e essa  ideia ganhou  mais  força  quando passou a se considerar o desenvolvimento socioeconomico como processo de mudança social". ( OLIVEIRA, 2003, PAG.92)
     Portanto é preciso politícas públicas eficazes, capazes de promover sempre mais a inclusão de todos os cidadãos seja de qual origem ele for, que lhe permitem ingressar no mundo do conhecimento acadêmico, como tem sido feito ultimamente com os programas implantados pelo ministério da educação.  

sábado, 20 de fevereiro de 2010

“A volta de um personagem do século XVIII ao Brasil (ficção)

    Em pleno século XXI, o senhor Teixeira, um grande professor do século XVIII, voltou ao Brasil e, chegando a sua cidade, ficou abismado com o que viu: as casas eram altíssimas e cheias de janelas, as ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras, com uma infinidade de máquinas andando em velocidade.

  O povo falava muitas palavras que o professor Teixeira não conhecia (Poluição, telefone, avião, metrô, televisão...). As roupas deixavam o professor Teixeira ruborizado. Tudo havia mudado.

   Muito surpreso e preocupado, o professor visitou a cidade inteira e, cada vez menos, compreendia o que estava acontecendo. Resolveu, então, visitar uma Igreja, mas que susto levou. O padre rezava a missa, não em latim, mas em português e de costas para o altar. O órgão estava parado e um grupo de cabeludos tocava nas guitarras uma música estranha, em vez de canto gregoriano.

   O desespero do professor aumentava...

   Tudo havia mudado completamente e o professor Teixeira desanimava cada vez mais, até que resolveu visitar uma escola. Foi uma ideia sensacional porque quando chegou, sentiu o que procurava: tudo continuava da mesma forma como ele havia deixado: as carteiras uma atrás da outra, o professor falando, falando... e os alunos escutando, escutando...”