quinta-feira, 7 de abril de 2022

O papel cognitivo da letra cursiva

 

De acordo com os estudos realizados pela professora de Psicologia Educacional, da Universidade de Washington, Virginia Beringer, praticar a escrita manual, formando letras, estimula a mente e auxilia as pessoas a prestarem atenção à linguagem. Beringer também pontua que “a caligrafia e a sequência dos traços envolvem a parte pensante do cérebro”, algo que pode ajudar a exercitar o raciocínio a longo prazo.

A professora explica ainda que os estudos iniciados com escrita manual têm o objetivo de formar as crianças como escritoras híbridas. Ou seja, o processo já conhecido de utilizar a letra de forma como exercício mecânico e de leitura como incentivo de reconhecimento das letras na educação infantil, além da fase seguinte do uso da letra cursiva para escrita e estruturação de texto. Tudo isso colabora diretamente com o maior entendimento da digitação ao adentrarem no ensino fundamental. 

Em entrevista ao UOL, a educadora Maria Helena de Moura Neves, professora de pós-graduação em letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie afirma em defesa da letra cursiva: “Quando você se põe a escrever, você não se põe a escrever pensando nas letras, você se põe a escrever pensando no sentido que você vai dar. Seus elementos são símbolos, são signos, são coisas mais compactas, com valor em si, e não fragmentos de sinais”, diz.

Como um complemento ao pensamento da professora Virginia Beringer, Maria Helena endossa a importância da letra cursiva ser apresentada às crianças, independentemente de usarem ou não após seu domínio. “Não digo que as pessoas não possam escrever à mão com letra de forma, ou digitar, mas não pode ser subtraído dela a oportunidade de ser apresentada a esse tipo de escrita”, disse ao UOL.

Um estudo publicado na Revista Nature, intitulado “Comunicação cérebro-texto de alto desempenho via escrita à mão” (“Hight performance brain to text communication via handwriting”) discorreu sobre o impacto do aprendizado de caligrafia no cérebro e sua importância cognitiva atemporal, por ser uma habilidade essencial a ser desenvolvida, ainda que o mundo esteja em um período de avanço tecnológico.

Portanto, de acordo com o estudo, o método da escrita em letra cursiva traz diversos benefícios. Dentre eles, está o exercício da continuidade de pensamento por meio dos traços uniformes ligados; a vantagem de fixar aprendizados ortográficos e a composição de palavras, frases e textos — fatores que auxiliam diretamente na concentração, na memorização e no foco —; e o auxílio na elaboração de textos mais coesos, algo que é indispensável.

O futuro da letra cursiva

É compreensível que esse questionamento venha à tona, ainda mais pelo contexto socioeducacional em que o mundo se encontra. Existe uma necessidade de repensar um método utilizado majoritariamente como exercício mecânico, ou seja, utilizado apenas para realizar cópias sem contexto ou reflexão alguma.

Ainda assim, de acordo com os estudos acadêmicos, é inegável sua importância cognitiva no desenvolvimento das crianças em âmbito escolar. Então, uma solução a ser trabalhada seria flexibilizar essa atividade com base na necessidade enfrentada — analisando caso a caso, e, principalmente, a demanda de cada aluno, sem esquecer que cada um tem uma forma aprendizagem particular e alguns precisam mais de métodos manuais que outros.

fonte: https://www.showmetech.com.br/uso-da-letra-cursiva-esta-com-dias-contados



quinta-feira, 25 de novembro de 2021

UMA DÉCADA DO PROEJA: SUA GÊNESE, BALANÇO E PERSPECTIVAS.

Palavras Chave: Proeja, Política, Política Pública, Educação de Jovens e Adultos, Institutos Federais, formação dos trabalhadores.

A DECADE OF PROEJA: ITS GENESIS, STOCKTAKING AD PERSPECTIVES

KEYWORDS:  Proeja, Public Policy, Federal Institutions, Youth and Adult Education, Workers professional Development.

OLIVEIRA, Edna Castro; SCOPEL, Edna Graça. Uma década do PROEJA: Sua gênese, balanço e perspectivas. HOLOS. {S.I}, v.6, out. 2016, p. 120-144. ISNN 1807-1600.

 

O presente artigo traz sobre o ponto de vista da Professora Edna Castro, uma análise do PROEJA, após uma década de sua implantação através do Decreto nº 5.154 de 2004. O referido artigo aponta para aspectos relevantes, desde o inicio do Proeja, bem como o balanço e as suas perspectivas do caminho percorrido até aqui. A autora usa de fontes fidedignas para explicitar suas teorias, baseando-se em teóricos renomados, entre eles: FREIRE, MÉSZÁROS e MARX.  Vale ressaltar que a professora Edna Castro para endossar ainda mais suas teorias, também se vale de critérios técnicos. Isso graças a sua vasta experiência na educação de jovens e adultos, que fica evidente através de sua fala no Vídeo: “Uma década do Decreto nº 5.154/2004 e do PROEJA balanço e perspectivas”, numa entrevista dada ao programa Educação em Pauta IFRN, publicado em 14 de setembro de 2015.   

Tanto o artigo como o vídeo trazem informações importantes no que diz respeito às politicas educacionais que integram a EJA com a educação profissional. Percebe-se claramente o engajamento da professora Edna Castro, que relata os pros e contras que o PROEJA encontrou ao longo de seus 10 anos de implantação.  É o que vemos através da seguinte fala:

     É então com o olhar atento a essas questões que nos interpelam, que abordamos o tema. Com base numa análise bibliográfica e documental exploramos as implicações do Decreto nº 5.154/2004 na formulação do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), e as relações que ambos estabelecem com o contexto de sua promulgação, como integrantes das políticas da década de 1990, compreendidas em “sua complexidade e caracterizadas por elementos instáveis e contraditórios” (REZENDE; BAPTISTA, 2011, p. 174), bem como por suas ambiguidades e a aposta na proposição da integração da formação geral e técnica.

Sem muitos pormenores a autora é enfatica ao abordar o tema em questão, pois se baseia numa análise bibliográfica e documental. A proposta que o PROEJA trouxe para a EJA integrada a educação profissional, apesar de suas complexidades e ambiguidades, propiciou uma integração cada vez maior à formação técnica e geral.  Outro ponto que merece ser destacado, podemos vê na seguinte fala:   

   Ao abordar as implicações do Decreto nº 5.154/2004, e seus desencadeamentos, importa destacar que uma das marcas das políticas educacionais no governo de Luís Inácio Lula da Silva, seria a ênfase “na ampliação das oportunidades de acesso e permanência no sistema educacional, dos mais pobres, ignorados e postergados pelas políticas de privilégio e exclusão” (GENTLLI; OLIVEIRA, 2013, p. 253), construídas pelas elites.

Aqui não se trata apenas de expor um ponto de vista positivo sobre uma politica pública implantada em determinado governo, mas de esclarecer o que ainda precisa ser mudado na consolidação destas políticas. Este é um pensamento que ao longo do artigo a autora delineia. Assim sendo as reflexões expostas pela autora provocam no leitor, uma análise aprofundada do tema, que não diverge do conhecimento empírico do pesquisador.

Por fim concluímos com a seguinte fala da autora, que confirma o que foi dito acima:

     As reflexões trazidas, até aqui, nos remetem a outros fios de análises que explicitam a partir do campo discursivo, no que se refere ao direito à educação básica e à ideia de universalização, as razões pelas quais a efetivação das conquistas no campo dos direitos segue sendo postergada no Brasil, porque jamais priorizadas, ao passo em que se é “interrompido” o sonho de um projeto societário fundado na justiça social e na igualdade (FRIGOTTO, 2010). O que nos leva a considerar de acordo com Maceno (2005, p. 60) que a “universalização entendida como um processo de expansão e ampliação do acesso à educação formal é um processo real é inegável no sistema do capital”. No entanto, essa universalização apresenta seus limites uma vez que de forma contraditória o capital afirma e nega a identidade da universalização que defende, o que faz com que se inviabilize a “garantia do acesso igualitário de todos à educação” (MACENO, 2005, p. 113), reiterando assim a postergação de um projeto societário que afirme a igualdade substantiva e a justiça social.

Em todo o artigo e na entrevista a autora esclarece seu ponto de vista, e procura externar sua opinão de maneira nítida, não fugindo em nenhum momento do assunto abordado. Por isso, é que a meu vê recomendo a obra como fonte de pesquisa, pois trás conhecimento na área da educação.

Rodrigo Lima de Paulo Souza, acadêmico do Curso de Especialização em Práticas Assertivas da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos – IFRN, Graduado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí, em 2013.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

A NATUREZA DOS TEXTOS ACADÊMICOS


    Escrever bem a principio parece ser um dom, algo que nem todos têm. Mas vai, além disso, é uma prática constante que requer bastante exercício por parte de quem escreve. E quando se fala de textos científicos e acadêmicos não parece ser uma tarefa muito fácil. Exige acima de tudo conhecimento e domínio da linguagem.

       Vários fatores a priori são levados em consideração na hora da elaboração de um texto cientifico ou acadêmico: a clareza, a precisão, a comunicabilidade e a consistência. Pode-se assim dizer que essas características são primordiais para que um texto seja bem escrito e também compreendido por quem lê.  Conforme disse Cervo e Bervian(2002), tudo que for escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor, ou seja, este não deve ter nenhuma dificuldade para entender o texto. Em outras palavras, a meu ver não pode deixar dúvidas.  Mas tem outro detalhe bastante importante que também deve ser levado em consideração na produção de textos, principalmente os acadêmicos, a citação do discurso alheio, tornando o texto mais rico em informações, que o caso da citação direta, citação indireta e as citação de citação. Esses itens que dão certa credibilidade ao nosso discurso, enriquecendo assim o conteúdo apresentado, que são as referências, fontes retiradas de livros, revistas, artigos entre outros.  

      Concluindo muitos se confundem, mas há diferença entre índice, sumário e resumo. O índice é uma “lista de palavras ou frases, segundo um critério predefinido.” É um elemento opcional conforme ABNT NBR 6034. Sumário é uma “enumeração das divisões, e outras partes de uma publicação”, como exemplo um artigo cientifico. Resumo, como o próprio nome já diz tem como objetivo apresentar (sintetizar), com fidelidade, os fatos essenciais contidos num texto.

REFERÊNCIAS

APUD CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.